domingo, 31 de julho de 2011

''Glee'' pode infundar por causa dos produtores



A 2ª temporada de Glee terminou recentemente no Brasil (canal FOX), a 3ª está a caminho e até a Globo entrou na onda, exibindo episódios com cortes. 

Nos EUA, já se ouve falar em 4ª temporada. Mas, se os produtores insistirem em alguns erros, a série não irá muito longo.
Glee nasceu com a originalidade de ser um musical escolar amadurecido – um High School Musical para adultos e adolescentes. Diferente do similar da Disney, a criação de Ryan Murphy marca pela abordagem dos temas e das músicas. 

Glee fala de jovens de uma forma adulta e descolada. Os episódios falam de drogas, homossexualismo, violência e outros temas quentes, sem ter medo de afrontar o politicamente correto. Se lembrarmos que a série é sobre os losers, as chances de cair na pieguice e de um olhar condescendente eram grandes.

Outro diferencial está nas músicas. Ao contrário do similar, Glee investia em músicas conhecidas “do cancioneiro americano”, elaborando versões deliciosas. Quem não se lembra do coral de surdos-mudos cantando “Imagine”? Ou da música símbolo “Don’t Stop Bilive”? As músicas entravam no enredo de forma natural, como se tivessem sido feitas para a série, e acabavam ganhando significados novos e inimagináveis. A construção dos episódios eram feita em função da narrativa, depois vinham as músicas. No primeiro ano da série, apenas um episódio que foi bolado em função das músicas: “O Poder de Madonna” 

Na 2ª temporada, vimos com mais frequência episódios temáticos e, pela primeira vez, músicas originais. Falou-se de drogas à religião, de Britney Spears à Lady Gaga. Overdose! Pior para a história que ficou a mercê de temas ou da trilha sonora. Insistir nesse caminho é achar que o público quer apenas ouvir música. O carisma dos personagens, os diálogos non sense, a abordagem incorreta, nada disso pode ser substituído por um punhado de música. É a história que nos faz acompanhar a série. Glee não é um MP3!

Dois episódios foram dedicados às músicas originais. Exceto 3, todas foram muito fracas. A música “Boca de truta” foi engraçada; só a sobre os losers realmente era boa. O episódio final foi de músicas originais. O 12ª lugar do “Novas Direções” nas Nacionais seria sinal de que nem os produtores gostaram das músicas da grife Glee?

Nesse ritmo a série não vai muito longe. Os episódios temáticos sacrificam a história por causa de um tema ou de um artista. O cheiro de jabá é forte. Um passo para Glee se tornar um set list da Billboard!

O outro caminho também não é animador. Se os produtores insistirem, Glee perde sua marca: uma visão diferente sobre clássicos da música. Isto tornava a série peculiar. As originais, além de pecarem na qualidade, não têm o encanto das músicas conhecidas. E mesmo que se tornem ótimas, Glee perderia seu DNA: as releituras de músicas conhecidas.

FOnte:Cine Pop//HSM 24 Horas

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